Por João Neto) - No ano de 2006, o renomado ministro de louvor, Kirk Franklin, participou do famoso talk show norte-americano ”Oprah”. Durante aquela edição do programa, o maestro assumiu publicamente, enfrentar um vício que já o afetava desde a infância: a pornografia. ”Havia sempre aquele menino cujo irmão mais velho tinha revistas pornográficas. A primeira vez que vi uma, devia ter uns oito ou nove anos. A partir daí me tornei um viciado. E levei isso para meu casamento. Minha esposa ficou ciente da situação somente no segundo ano de casados”, relatou o músico.
Casos como o de Kirk Franklin já não são mais tão raros como se imagina. A Igreja tem sido afetada pela pornografia, que está presente nos lares de muitos jovens, crianças e adultos cristãos. Líderes de ministérios mantém este vício oculto em suas vidas e, muitas vezes, usam de seus cargos dentro da comunidade para esconder tal fraqueza. Em entrevista exclusiva ao Guia-me, Julio Severo — escritor de temas relacionados à sexualidade — falou das dificuldades para se tratar do assunto no meio cristão e medidas a serem tomadas para que as igrejas previnam-se contra este perigo. Confira, na íntegra, a entrevista feita com o pesquisador cristão.
Por que as pessoas procuram tanto a pornografia? O que elas buscam saciar ao ver filmes, revistas ou acessar sites com este conteúdo?
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Igreja segue as palavras de Jesus Cristo. Quando Jesus disse “Aquele que olhar para outra mulher e desejá-la, já cometeu adultério em seu coração” (Mt 5, 27-28), ele estava dizendo uma palavra dura, difícil, mas verdadeira. A Igreja é chamada de autoritária, mas não é. Ela não quer ter autoridade nenhuma para mudar as palavras de Jesus. Ela mantém as palavras de Jesus como são.
Seguindo essa passagem bíblica, podemos ver que, moralmente falando, é errado ver qualquer tipo de pornografia, seja fora ou dentro do casamento, mesmo com o consentimento de ambas as partes, no caso do casamento. A pornografia não tem nada a ver com amor, e sim com “usar” uma outra pessoa para o prazer pessoal e egoísta.
Um casal que venha a assistir filmes pornográficos junto estará aprendendo apenas a usar um ao outro, e não a se amar.
Inicialmente, é provável que haja um aumento na quantidade e na excitação das relações sexuais, porém isso só reforçará a atitude de usar o corpo da outra pessoa para o próprio prazer, e não ver a outra pessoa como uma pessoa, completa, corpo, alma e espírito. Com o passar do tempo, será necessário uma quantidade maior, e um nível mais “pesado” de pornografia para se atingir o mesmo efeito. O nosso cérebro vai se acostumando e se condicionando com esse tipo de prazer. De repente, o casal se verá tendo necessidade de ver pornografia para poder estar juntos, o outro não mais chamará a atenção, e aí está tudo terminado. Eles não estarão mais fazendo uma relação de amor onde um é dom total para o outro, onde um quer fazer o outro feliz, mas apenas uma espécie de sessão masturbatória em conjunto, com o corpo do outro como instrumento. A relação de amor no casamento aí já terá, no fundo, acabado. Daí para a separação, o isolamento, a traição e o divórcio custará apenas mais um pequeno passo.
Moralmente falando, não há adultério somente quando um dos dois mantém relações com outra pessoa. Mesmo no próprio casamento, com o cônjuge, se a relação não for uma verdadeira entrega, se não for o sacramento da união de mentes e espíritos que deve haver, então será apenas um adultério.
Portanto, atenção casais, a maneira mais eficiente de aniquilar seu casamento é se envolver com pornografia. Quanto aos solteiros, se você não quiser dar um tiro de misericórdia em seu futuro casamento antes mesmo dele começar, não se envolva com a pornografia, e se já se envolveu, procure ajuda para livrar-se dela.
Daniel Pinheiro